sexta-feira, 3 de agosto de 2007

SOU SAUDOSISTA, SIM!

Já repararam como as pessoas estão sempre negando que são saudosistas?
- Não é que eu seja saudosista, mas naquele tempo, o Rio era mais Rio.
- Não, não sou saudosista, mas eu sinto falta daquele tempo em que as pessoas eram mais românticas, gostavam de namorar à luz do luar.
- Olha, eu acho saudosismo um atraso de vida. Mas, não posso negar que antigamente a gente era mais feliz e não sabia.
Pois bem, eu assumo: Sou saudosista! Exageradamente saudosista! De tudo!
Do primeiro beijo. Ah! Que emoção devastadora! Dias sentindo aquela perturbação maravilhosa.
Sou saudosista das minhas férias no interior nos anos dourados adolescentes. Das festinhas, dos flertes, das disputas ingênuas pelo olhar daquele jovem mas disputado, aquele “pão”. Sou saudosista até dos conflitos que sentia em relação às permissividades sexuais. Deixo ou não deixo ele pegar nos meus seios? E sentir o sexo dele encostando no meu? Ah! Quanta emoção!
Doces e perigosas emoções sexuais! Só naquela época a gente sentia aquelas sensações.
Sou saudosista da música daquela época, das relações entre os artistas, daquela magia dos festivais dos anos sessenta, daquele clima puro de emoção musical que sentíamos.
Ah! Como não? Sou saudosista dos efeitos do velho baseado, sob o som de Pink Floyd, o meu predileto. Aquele som invadindo as entranhas, tomando todo o meu ser, anestesiado sob os efeitos alucinógenos. Quem viveu, me entende.
E daquele Rio seguro, como sinto saudades de você, de andar a pé nas suas madrugadas, atravessando o túnel novo Copacabana-Botafogo, após aquelas noitadas alegres e descomprometidas de passagem de ano.
Mas, entre os muito saudosismos que eu tenho, no fundo do meu coração habita pra sempre aquele que é o meu saudosismo maior: o brilho do olhar, a impetuosidade, a generosidade, o despojamento da minha geração e, principalmente, o coração batendo forte, daqueles protagonistas de um sonho sonhado que se findou: doces loucos que ousaram acreditar que mudar o mundo era possível.
Pergunto a vocês, como não ser saudosista diante desse viver de agora? O que a vida me oferece em troca?

12 comentários:

Unknown disse...

Ih, Rose, voce acabou me fazendo ficar mergulhada nos meus saudosismos com esse texto leve e gostoso de ler. Adorei todos os três textos, mas confesso que estou com preguiça de escrever em todos. Ah, que saudade daquele tempo antigo, quando a gente tinha muito mais tempo... Parabéns e sucesso na nova empreitada. Já fiquei fã. Beijos, Lenita

Anônimo disse...

Poxa...
Adorei!
As suas palavras me fizeram ver a Rose em outros tempo!
Beijos Clarissa :))))

Anônimo disse...

Oi Rose,

Parabéns pela nova fase. Muito bom ver os projetos virando realidade. Faz bem para a engrenagem da vida.
Saudosismo, tem até quem não viveu essa época. Eu ainda peguei uma "rabeirinha" dela, e, saudade mesmo sendo uma palavra ímpar, talvez esteja aquém do que sinto quando penso naquele Rio e naquela vida que você descreve no texto.
Muito bem colocadas as palavras e as lembranças. Dói um pouco lembrar disso tudo com saudade, melhor seria ainda poder viver aquela vida, né?
Beijos e, novamente, parabéns!!!
Wagner Clemente

Anônimo disse...

agora fiquei fa de vez, acabei de descobrir que sou saudosista, palavra essa que nunca havia escutado, mas que tem tanto haver comigo.
Nao posso reclamar do tempo em que vivo hoje, mas fiquei com agua na boca de seus bons tempos, do jeito que sou romantico, nao tenho duvida que teria sido mais feliz se tivessi nascido um pouco antes, se isso fosse um pedido, teria uma condicao, minha mae teria que ser a mesma e nada mais!

continua escrevendo muito porque eu nao sou muito fan de ler, mas seus textos eu nao consigo parar.

beijaoo e PARABENSSSSSSSSS

Anônimo disse...

Minha bela Rubem Braga,
você some e reaparece com belas notícias. Gostaria também de conhecer suas
letras de música.
Um saudoso beijo do
Sérgio.
P. S. Me ocorre agora que deveria abrir este e-mail com "minha bela Vinícius
de Morais" ou "minha bela
Antônio Maria", ambos letristas e cronistas. Mas mantive o Rubem, que é meu
cronista predileto.

Anônimo disse...

Rose

Excelentes notícias!!!
Qdo crescer posso ser igual a você???
Mtos beijos e "carinhos sem ter fim."
Abraços saudosos.
Maria Cecília

Anônimo disse...

Rô, adorei o blog e as crônica também. Parabens!!!! E gostei de saber que também está no ramo do cinema. Très chic!!! E se é para te fazer mais feliz, melhor ainda.
Helê


5/8/2007 12:07:25

Anônimo disse...

Oi Rose, parabéns e sucesso em sua nova empreitada. Li tudo em seu blogorodó e adorei o espaço criativo e inteligente.Não poderia ser diferente. Tentei fazer um comentário no espaço apropriado, mas não consegui. Confesso que também sou saudosista e, neste momento, sinto muita saudade da minha terrinha querida (São Luís do Maranhão) onde não há a beleza do Rio e nem tudo que esta cidade maravilhosa pode oferecer. Mas, há milhões de
borogodenses de minha geração, com o coração batendo forte, com muita paixão e ainda ousando acreditar que mudar o mundo é possível.
Um grande abraço e segue em frente.
Franci

06/08/2007 17:10

Anônimo disse...

Oi Rose!!!!!!
Que saudades de voce!!!!!
Estou muito feliz por vc!! nao sabia dessas suas habilidades! eu tb amo teatro e musica, desde crianca estudava musica e nao vivo sem....
Poxa mas q interessante, vc ter esse dom de escrever!!! parabens!!! vou visitar o blog sim! e como roteirista de cinema! caramba que interessante!
Bjsss e muitas saudades!

MCecilia Mansur-;

29/08/2007 16:38

Anônimo disse...

Alô, Rose.

Acessei ontem. Parabéns e sucesso.

Um abraço,

Djalma

7/08/2007 (15:58:33)

Anônimo disse...

E por falar em saudade ...
Rose Serra
professora Universitária cronista , compositora letrista de MPB. Leonina, BOA gente (e de briga)e sempre supreendente. Que bom saber de você,um grande beijo.
Cristina Gonçalves

Anônimo disse...

Coração, essa é minha preferida. Você demorou mas arrasou!Admiro seu jeito franco, leve, inteligente,engraçado. Sou sua fã! Beijos